segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A produção de textos nas escolas

ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL
ELZE MENDES DE AGUIAR
“FORMANDO COM DIGNIDADE E COMPROMISO”

“Tudo que você faz de positivo na educação reflete na sociedade”. Qualidade a serviço do aluno... Um projeto de todos!

A produção de textos nas escolas
(Flávio Alves da Silva)
PRODUÇAO TEXTUAL: DIFERENTES ABORDAGENS
A escrita, enquanto produção de texto, não se constitui em um ato de solidão, de intimidade exclusiva entre o produtor e o texto.

A pratica da escrita na escola é um fato monológico no qual o aluno escreve para si. Considera-se uma escrita para si pelo fato que apenas o aluno imprime significação ao texto produzido, sem levar em consideração os demais membros constituintes do processo de comunicação. A produção de texto é realizada dentro de uma perspectiva singular de linguagem. Dentro do contexto escolar a linguagem possui duas concepções, ambas de caráter monológico. A primeira traz a linguagem como expressão de pensamento, isto é, a escrita de um texto deve expressar a maneira qualitativa do pensamento de seu produtor. Essa concepção é fundamentada no uso da gramática normativa, com isso um texto bem escrito deve seguir as normas da língua culta normativista, e deve apresentar, de forma lógica, o pensamento de seu produtor, sem influências exteriores. A segunda tem a linguagem como instrumento de comunicação que leva uma informação de um emissor para um receptor e exerce apenas essa finalidade. Segundo essa concepção o texto traz em si o objetivo estrito e restrito de transmitir, de transportar essa uma informação, sem interferências de ruídos comunicativos, deve ser conciso e objetivo.

A escola tem sua prática de produção textual sedimentada nessas concepções, reducionistas, da linguagem e da escrita. Na prática escolarizada o aluno/produtor elabora um texto simplesmente para obter uma nota preocupa-se apenas em levar uma informação acerca de determinado tema ao professor/receptor. Procura, simplesmente, moldar suas mensagens dentro das exigências gramaticais normativistas. O professor limita-se a uma prática gramaticalista de avaliação textual, na qual ele apenas assinalar/marca os erros no texto, subtrai os pontos da nota, e o devolve ao aluno sem apontar soluções para esses erros. Com isso o professor encerra essa atividade, não retornando a esse texto para, por exemplo, uma possível reescrita.

A produção textual é um processo dialógico que deve estar contido na escola, mas, também, vai além de sua jurisdição. A pratica da escrita também possui uma realidade, uma prática social e suas utilizações nessa realidade. Fatores que devem ser considerados pelo professor em sua postura mediadora do conhecimento. Essa prática social cobra dos produtores textuais e dos professores uma(s) utilização (ões), alguma(s) finalidade(s), onde e quando será útil a prática da produção textual. Para tanto, o professor deve buscar situações que coloquem o aluno em contato com essas questões e procurando soluciona-las. Busca-se situações/experiências da realidade do educando, procurando leva-los a trabalhar no campo das ideias concomitantemente ao trabalho no campo das palavras.

Os critérios do professor para analise do texto devem ser gramaticais e linguísticos em uma constituição interdependente. Dessa forma a linguagem e a produção textual adquirem outra concepção, uma formação dialógica na qual é levado em consideração todos os constituintes do processo comunicativo. Portanto, o texto abrange além de uma simples informação, insere-se nele outros fatores como as marcas pessoais do produtor, do contexto em que se estar inserido, da formação discursiva a que pertence da sua finalidade, etc. Com isso o texto constitui seus sentidos pela sua inserção num processo real de interlocução. O texto, assim como a linguagem, em sua formação dialógica é um processo contínuo, cíclico, é recheado de marcas, de vozes, de sujeitos que interagem e dialogam entre si.

Essa abordagem possibilita trabalhar o texto mais profundamente tornando-se possível, além da questão gramatical, uma abordagem crítica, um estudo das diferentes modalidades textuais e de suas estruturas e/ou esquemas abstratos, como também trabalhar questões como a intencionalidade, recursos e estratégias utilizadas para alcançar determinado (possível) objetivo, dentre outras questões. Sobretudo, para a efetivação de uma produção textual abrangente e formadora de produtores, as ações desenvolvidas na prática do ensino e da produção textual devem ser realizadas dentro do processo dialógico de construção do conhecimento.
PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO (adaptação )
JUSTIFICATIVA:
A turma do 5º Ano “C” da Escola Elze apresenta uma carência na produção textual. Os alunos possuem uma grande dificuldade na produção de textos quanto a sua conceituação em tipos de texto e gêneros textuais, além de possuírem uma prática de elaboração de textos restrita a prática escolarizada.

OBJETIVOS:
Geral:
- Elaborar diferentes tipos de textos de textos em diferentes gêneros textuais.
Específicos:
- Discernir o que é tipo de texto e gênero textual;
- Diferenciar prática escolarizada e prática social de produção de textos;
- Conhecer diferentes tipos de texto e gêneros textuais;

METODOLOGIA:
- Situação-problema - Contextualização;
- Estudo dirigido (conceituação de tipos de texto e gêneros textuais; Prática escolarizada x prática social);
- Leitura de textos em diferentes tipos e gêneros.
- Oficina de elaboração de textos (1º momento - produção individual; 2º momento - produção em grupos).

RECURSOS:
- Livros teóricos didático-pedagógicos;
- Textos diversos (livros, revistas, jornais, et.);
- Retroprojetor e transparências;
- Papel pardo e pincel;

AVALIAÇÃO:
A avaliação será contínua, através do acompanhamento da execução das atividades, observando o desenvolvimento das habilidades e competências individuais e coletivas para a resolução a situação-problema trabalhada. Observar-se-á as questões gramaticais e sociais como coerência e coesão, originalidade e criatividade, compromisso e responsabilidade, e a efetivação desses critérios dentro de uma relação dialógica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• ABDALA, Nacir. Produção de texto: processo de avaliação/revisão.
• BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental. Brasília, 1998, pp. 65-70. Texto adaptado pela Professora Maria Margarete Pozzobon, CULP/ULBRA.
• CALIL, Eduardo. Lendo e produzindo textos científicos.
• GONÇALVES, Adair Vieira. O fazer significar por escrito.
• ____________. A produção de texto numa perspectiva dialógica.
• GRIBEL, Christiane. Minhas Férias pula linha, parágrafo. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999.
• MARINHO, Janice Helena Chaves. A produção de textos escritos. In: Reflexões sobre a língua portuguesa: ensino e pesquisa. Belo Horizonte: Pontes, 1997.
• PAOLINELLI, Honoralice de Araújo Mattos. COSTA, Sérgio Roberto. Práticas de leitura/escrita em sala de aula.

Mucambo, Janeiro de 2011

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